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segunda-feira, 28 de abril de 2014

A Mulher


(Inspirado em um sonho)

Num dia claro, a guerra a todos assolou, o novo aeon.
Aquela mulher próxima à morte, seu amado chamou
E em seus braços em despedida, montanha abaixou rolou,
Entre os lobos, ferida, sob a luz da lua e das estrelas, se recuperou.
Desde esse dia, Nuit então foi mais uma vez glorificada,
Pois, que da mulher entre marte e o sol, em seu espaço, identificada,
Foi dançar mais uma vez entre os lobos numa noite estrelada,
Para se desvencilhar daquilo que, de certa forma, a matava.
Nesta noite enluarada, ao dançar, certos cantos entoou.
Era dela, desvairada, a magia enluarada que o espaço abençoou.
Disso não a fez menor, muito ao contrário, nesse antro estranho,
Foi que entendeu, ao ver por detrás dos véus, o chamado encanto.
Não estava assustada, apenas olhava nauseada, o negro vapor,
Que subia naqueles campos, com um amargo e intoxicante fedor,
Viu-se simples, Salomé ou Madalena, mulher, vulgar e fêmea,
Uma mulher, um anjo e uma besta e fez-se a luz, não à parte.
Não apenas Nuit, noite clara ou escura, ou Hécate arrastando fantasmas,
Era também uma besta, um sol, a bela Sunna Escandinava,
E fez o silêncio que sacra os grandes eventos do nada,
Não foram apenas os homens que herdaram a parte bestializada,
Pois que daquele momento entendeu, que era deusa, era mulher, loba, uma e nada!

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